domingo, 21 de junho de 2009

EXERCÍCIO NO FRIO


Exercício no frio
A participação durante o ano todo em atividades esportivas como: triatlo, mergulho, corrida, ciclismo, natação de longa distância despertou novos interesses e preocupações sobre o exercício no frio. Poe essa razões, a compreensão das respostas fisiológicas e os riscos à saúde associados ao estresse pelo frio são questões importantes da ciência do exercício.
O hipotálamo apresenta um ponto de ajuste da temperatura de aproximadamente 37ºC, mas as flutuações diárias da temperatura corporal podem ser de até aproximadamente 1ºC. Uma diminuição na temperatura cutânea ou da temperatura sanguínea fornece uma retroalimentação ao centro termorregulador para que ele ative os mecanismos que conservarão o calor corporal e aumentarão a produção de calor. Os principais mecanismos pelos quais o nosso organismo evita o resfriamento são:
· Tremores; um ciclo rápido e involuntário de contração e relaxamento dos músculos esqueléticos- podendo causar um aumento de quatro a cinco vezes da taxa de produção de calor do corpo em repouso.
· Termogênese sem tremores; envolve o estimulo do metabolismo pelo sistema nervos simpático. O aumento da taxa metabólica faz aumentar a quantidade de produção interna de calor. A vasoconstrição periférica ocorre como resultado da estimulação simpática aos músculos lisos que envolvem as arteríolas da pele. Esse estímulo provoca contração muscular, contraindo as arteríolas, reduzindo o fluxo sanguíneo à carapaça do corpo impede a perda desnecessária de calor. A taxa metabólica das células diminui cutâneas também diminui à medida que a temperatura abaixa, de modo que a pele precisa de menos oxigênio.
Fatores que afetam a perda de calor corporal.
É difícil apontar as condições exatas que permitem a perda excessiva de calor corporal e a eventual hipotermia. O equilíbrio térmico depende de uma ampla variedade de fatores que afetam o gradiente entre produção e a perda de calor corporal. Quanto maior for à diferença entre a temperatura cutânea e o ambiente frio, maior será a perda de calor.
Tamanho e Composição do Corpo
O isolamento do corpo contra o frio é a proteção mais óbvia contra a hipotermia. A gordura subcutânea é uma fonte excelente de isolamento. A mensuração da dobra cutânea é um indicador de tolerância de um indivíduo à exposição ao frio. A condutividade térmica da gordura é relativamente baixa, de modo que ela impede a transferência de calor dos tecidos profundos para a superfície do corpo. As pessoas que possuem mais massa gorda conservam o calor mais eficazmente no frio. A taxa de perda de calor também é efetuada pela relação entre a área superficial do corpo e a massa corporal. Indivíduos altos e pesados apresentam uma relação baixa entre a área superficial e a massa corporal, o que os torna menos suscetíveis a hipotermia. Quando homens e mulheres de massa gorda e tamanho corporal e condicionamento físico similares são comparados pouca diferença é observada na regulação da temperatura corporal contra o frio.
Resfriamento pelo vento
O vento cria um fator de resfriamento, conhecido como resfriamento pelo vento, através da perda de calor por convecção e condução. Quanto mais úmido o ar maior o estresse fisiológico. Um dia seco, sem vento, com uma temperatura de 10ºC sob o sol direto pode ser agradável. No entanto em um dia úmido com, vento e encoberto, o frio na mesma temperatura pode ser muito penetrante.
Perda de calor na água fria
A água possui uma condutividade térmica cerca de 26 vezes maior do que o ar. Isso significa que a perda de calor por condução é 26 vezes mais rápida do que no ar. A velocidade da perda de calor é ainda mais acelerada se a água fria estiver se movendo em torno do individuo porque a perda de calor por convecção aumenta. O tempo de sobrevida na água fria nessas condições é muito curto, as vitimas podem ficar fracas e perder a consciência em minutos.
Riscos a saúde durante o exercício no frio
· Hipotermia; é uma situação que ocorre quando a temperatura central cai sensivelmente abaixo dos 37°C normais. Indivíduos que apresentam espessura cutânea mais fina estão mais sujeitos a hipotermia. Dentre este grupo estão os indivíduos subnutridos, pessoas com fibrose cística e anorexia nervosa. hipotermia é uma condição potencialmente fatal. Os sintomas iniciais são: fraqueza, fadiga, diminuição do tremor. Em estados mais avançados os sintomas são colapso e inconsciência. No contexto da atividade física, o risco de hipotermia se agrava em atividades aquáticas, roupas úmidas e vento forte, além da exaustão dos depósitos de energia e dano neuromuscular causados pelo exercício. Tais condições aceleram a perda de calor corporal acima de sua capacidade de produção. A hipotermia deve ser tratada protegendo-se do frio, pelo uso de roupas secas e ingestão de líquidos quentes. Casos mais severos de hipotermia exigem a manipulação delicada, para evitar o desencadeamento de arritmias cardíacas.
· Congelamento; tecidos periféricos expostos ao frio estão sujeitos ao congelamento (face, queixo, nariz, orelhas, dedos, mamilos e genitália masculina. O vento forte pode aumentar muito as possibilidades de congelamento dos tecidos. É importante salientar que o fato de temperaturas extremamente baixas serem capazes de bloquear a atividade dos nervos sensoriais, muitas vezes as vítimas de congelamentos não percebem o desenvolvimento do acontecimento. Se não forem tratadas precocemente, as lesões por congelamento podem ser sérias levando a gangrena e a perda dos tecidos.

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