domingo, 21 de junho de 2009

EFEITOS DA VESTIMENTA SOBRE A TERMORREGULAÇÃO

A vestimenta isola o corpo de suas adjcências. Pode reduzir o aumento de calor radiante em um ambiente quente ou retardar perda de calor por condução e concção no frio.
  • Vestimentas para clima frio

Para proporcionar isolamento em relação ao frio, a malha das fibras do tecido aprisiona uma camada de ar que a seguir torna-se aquecido. Isto estabelece uma barreira para a perda de calor, pois tanto o tecido quanto o ar conduzem precariamente o calor. A camada de roupa contra a pele deve tambpem conduzir efetivamente a umidade para longe da superfície corporal, até a próxima camada de roupa isolante, para subsequente evaporação. A lã ou os produtos cintéticos, que isolam bem e secam rapidamente cumprem essa finalidade. Um gorro de lã contribui consideravelmente para a conservação do calor. Cerca de 30% a 40% do calor corporal se dissipam atraves da região da cabeça altamente vascularizada que representa cerca de 8% da área superficial do corpo. O desafio termorregulador enfrentado ao exercitar-se num ar frio não resulta do isolamento inadequado mas sim da dissipação do calor metabólico através de uma espessa barreira de ar vestimenta. A roupa ideal no clima frio e seco bloqueia a movimentação do ar mas permite a saída do vapor da água atrvés da roupa se ocorre transpiração

EXERCÍCIO NO FRIO


Exercício no frio
A participação durante o ano todo em atividades esportivas como: triatlo, mergulho, corrida, ciclismo, natação de longa distância despertou novos interesses e preocupações sobre o exercício no frio. Poe essa razões, a compreensão das respostas fisiológicas e os riscos à saúde associados ao estresse pelo frio são questões importantes da ciência do exercício.
O hipotálamo apresenta um ponto de ajuste da temperatura de aproximadamente 37ºC, mas as flutuações diárias da temperatura corporal podem ser de até aproximadamente 1ºC. Uma diminuição na temperatura cutânea ou da temperatura sanguínea fornece uma retroalimentação ao centro termorregulador para que ele ative os mecanismos que conservarão o calor corporal e aumentarão a produção de calor. Os principais mecanismos pelos quais o nosso organismo evita o resfriamento são:
· Tremores; um ciclo rápido e involuntário de contração e relaxamento dos músculos esqueléticos- podendo causar um aumento de quatro a cinco vezes da taxa de produção de calor do corpo em repouso.
· Termogênese sem tremores; envolve o estimulo do metabolismo pelo sistema nervos simpático. O aumento da taxa metabólica faz aumentar a quantidade de produção interna de calor. A vasoconstrição periférica ocorre como resultado da estimulação simpática aos músculos lisos que envolvem as arteríolas da pele. Esse estímulo provoca contração muscular, contraindo as arteríolas, reduzindo o fluxo sanguíneo à carapaça do corpo impede a perda desnecessária de calor. A taxa metabólica das células diminui cutâneas também diminui à medida que a temperatura abaixa, de modo que a pele precisa de menos oxigênio.
Fatores que afetam a perda de calor corporal.
É difícil apontar as condições exatas que permitem a perda excessiva de calor corporal e a eventual hipotermia. O equilíbrio térmico depende de uma ampla variedade de fatores que afetam o gradiente entre produção e a perda de calor corporal. Quanto maior for à diferença entre a temperatura cutânea e o ambiente frio, maior será a perda de calor.
Tamanho e Composição do Corpo
O isolamento do corpo contra o frio é a proteção mais óbvia contra a hipotermia. A gordura subcutânea é uma fonte excelente de isolamento. A mensuração da dobra cutânea é um indicador de tolerância de um indivíduo à exposição ao frio. A condutividade térmica da gordura é relativamente baixa, de modo que ela impede a transferência de calor dos tecidos profundos para a superfície do corpo. As pessoas que possuem mais massa gorda conservam o calor mais eficazmente no frio. A taxa de perda de calor também é efetuada pela relação entre a área superficial do corpo e a massa corporal. Indivíduos altos e pesados apresentam uma relação baixa entre a área superficial e a massa corporal, o que os torna menos suscetíveis a hipotermia. Quando homens e mulheres de massa gorda e tamanho corporal e condicionamento físico similares são comparados pouca diferença é observada na regulação da temperatura corporal contra o frio.
Resfriamento pelo vento
O vento cria um fator de resfriamento, conhecido como resfriamento pelo vento, através da perda de calor por convecção e condução. Quanto mais úmido o ar maior o estresse fisiológico. Um dia seco, sem vento, com uma temperatura de 10ºC sob o sol direto pode ser agradável. No entanto em um dia úmido com, vento e encoberto, o frio na mesma temperatura pode ser muito penetrante.
Perda de calor na água fria
A água possui uma condutividade térmica cerca de 26 vezes maior do que o ar. Isso significa que a perda de calor por condução é 26 vezes mais rápida do que no ar. A velocidade da perda de calor é ainda mais acelerada se a água fria estiver se movendo em torno do individuo porque a perda de calor por convecção aumenta. O tempo de sobrevida na água fria nessas condições é muito curto, as vitimas podem ficar fracas e perder a consciência em minutos.
Riscos a saúde durante o exercício no frio
· Hipotermia; é uma situação que ocorre quando a temperatura central cai sensivelmente abaixo dos 37°C normais. Indivíduos que apresentam espessura cutânea mais fina estão mais sujeitos a hipotermia. Dentre este grupo estão os indivíduos subnutridos, pessoas com fibrose cística e anorexia nervosa. hipotermia é uma condição potencialmente fatal. Os sintomas iniciais são: fraqueza, fadiga, diminuição do tremor. Em estados mais avançados os sintomas são colapso e inconsciência. No contexto da atividade física, o risco de hipotermia se agrava em atividades aquáticas, roupas úmidas e vento forte, além da exaustão dos depósitos de energia e dano neuromuscular causados pelo exercício. Tais condições aceleram a perda de calor corporal acima de sua capacidade de produção. A hipotermia deve ser tratada protegendo-se do frio, pelo uso de roupas secas e ingestão de líquidos quentes. Casos mais severos de hipotermia exigem a manipulação delicada, para evitar o desencadeamento de arritmias cardíacas.
· Congelamento; tecidos periféricos expostos ao frio estão sujeitos ao congelamento (face, queixo, nariz, orelhas, dedos, mamilos e genitália masculina. O vento forte pode aumentar muito as possibilidades de congelamento dos tecidos. É importante salientar que o fato de temperaturas extremamente baixas serem capazes de bloquear a atividade dos nervos sensoriais, muitas vezes as vítimas de congelamentos não percebem o desenvolvimento do acontecimento. Se não forem tratadas precocemente, as lesões por congelamento podem ser sérias levando a gangrena e a perda dos tecidos.

TRANSFERENCIA DE CALOR CORPORAL

A perda de calor pode ocorrer através de quatro processos físicos;
Perda de calor por Radiação
Os objetos emitem continuamente ondas térmicas eletromagnéticas. O nosso corpo permanece mais quente que o meio ambiente, a troca global de energia térmica radiante processa-se através do ar para os objetos sólidos mais frios no meio ambiente. Essa forma de transferência de calor não requer contato molecular entre objetos; isso proporciona o meio para o efeito de aquecimento do sol sobre a terra. Uma pessoa pode permanecer aquecida absorvendo a energia térmica radiante proveniente da luz do solar direta ou por reflexão a partir da neve, da areia e da água, até mesmo nas temperaturas do ar abaixo do ponto de congelamento. O corpo absorve energia térmica radiante a partir das adjacências quando a temperatura de um objeto ultrapassa a temperatura da pele, fazendo com que o esfriamento evaporativo seja o único meio para a perda de calor.
Perda de Calor por Condução
O ritmo da perda de calor por condução depende de dois fatores: O gradiente de temperatura entre a pele e as superfícies circulantes e suas qualidades térmicas. Por exemplo a imersão do corpo na água pode produzir considerável perda de calor. A colocação de uma mão na água com temperatura ambiente ilustra claramente esse fenômeno. Por que a mão na água parece muito mais fria do que no ar apesar da água e o ar possuírem temperaturas idênticas? A água absorve vários milhares de vezes mais calor que o ar e o conduz para longe da parte corporal mais quente.
Perda de Calor por Convecção
A eficácia da perda de calor por condução depende da rapidez com que o ar/água adjacente ao corpo é trocado após ter sido aquecido. Se o movimento do ar ou a convecção prossegue lentamente o ar próximo da pele age e se aquece e age como uma “zona de isolamento” que minimiza qualquer perda adicional de calor por condução. Inversamente, se o ar mais frio substitui continuamente o ar mais quente ao redor do corpo em um dia com muito vento, em um quarto com ventilador ou durante uma corrida, a perda de calor aumenta porque a convecção substitui continuamente a zona de isolamento. O efeito do esfriamento do fluxo de ar constitui a base do índice de esfriamento pelo vento, que indica a temperatura equivalente do ar parado para determinada temperatura ambiente com diferentes velocidades do vento. A convecção exerce também um efeito importante sobre o equilíbrio térmico na água
Perda de calor por evaporação
A evaporação é o principal método de eliminação do excesso de calor corporal durante o exercício. A medida em que o liquido evapora, o calor é perdido. A evaporação é responsável por 80% da perda total de calor quando você se encontra fisicamente ativo, mas por apenas cerca de 20% da perda total de calor em repouso. Alguma evaporação ocorre sem que tenhamos consciência, esta é denominada perda hídrica insensível, e ocorre sempre que o liquido corporal entra em contato com o ambiente externo, como nos pulmões, na mucosa e na sua pele.
A perda hídrica insensível é um mecanismo relativamente constante e, por essa razão quando o seu corpo necessita perder mais calor, esse mecanismo não é útil. Ao contrário quando a temperatura corporal aumenta, a produção de suor aumenta. Quando o suor atinge pele, ele é convertido do estado do estado liquido para o de vapor pelo calor da pele.

TERMORREGULAÇÃO NO ESTRESSE INDUZIDO PELO FRIO; CONSERVAÇÃO E PRDUÇÃO DE CALOR

O gradiente normal de transferência de calor flui do corpo para o meio ambiente, a regulação da temperatura central não envolve qualquer sobrecarga fisiológica. A perda excessiva de calor pode ocorrer no frio extremo, particularmente em repouso. Nesse caso, a produção de calor pelo corpo aumenta enquanto a perda de calor torna-se mais lenta a fim de minimizar qualquer declínio na temperatura central.
Ajustes Vasculares.
A estimulação dos receptores cutâneos ao frio produz constrição dos vasos sanguíneos periféricos, o que reduz rapidamente o fluxo de sangue quente para a superfície corporal mais fria e o redireciona para as regiões corporais mais quentes.
O fluxo sanguíneo cutâneo é, em média, de 250ml/min em um ambiente com temperatura neutra, porém com um estresse induzido pelo frio intenso, esse fluxo se aproxima de zero. Consequentemente a temperatura da pele declina na direção da temperatura ambiente, maximizando os benefícios isolantes da pele, do músculo e da gordura subcutânea. Um indivíduo com gordura com gordura corporal excessiva exposta ao estresse induzido pelo frio pode ser beneficiada por esse mecanismo responsável pela conservação do calor.
Atividade Muscular.
Os calafrios geram uma quantidade significativa de calor metabólico, porém a atividade física faz maior constrição na defesa contra o frio. O metabolismo energético do exercício mantém uma temperatura central constante em um ambiente com até – 30ºC sem depender de uma vestimenta restritiva e pesada funcionando como barreira. É a temperatura interna, e não a produção de calor pelo corpo em si, que medeia a resposta termorreguladora ao frio. Os calafrios ainda ocorrem durante o exercício rigoroso se a temperatura total for baixa como resultado co freqüência o estresse induzido pelo frio acarreta um consumo de oxigênio mais alto durante o exercício rigoroso se a temperatura central for baixa. Quando o metabolismo do exercício diminui, devido a fadiga, apenas os calafrios poderão não conseguir prevenir o declínio na temperatura central. É provável que a variabilidade entre os indivíduos na resposta aos calafrios determine as conseqüências diversificadoras para aqueles que se expõe acidentalmente e sem preparos a ambientes úmidos e frios. A fadiga geral induzida pelo exercício árduo prévio não parece diminuir a resposta aos calafrios.
Produção Hormonal
A maior produção de calor durante a exposição ao frio resulta em parte da ação dos dois hormônios “ calorigênicos” da medula supra-renal – adrenalina e noradrenalina. O estresse induzidos pelo frio estimula também a liberação de tiroxina, o hormônio tireóideo que induz a um maior metabolismo em repouso.